Eu estava em uma das escolas que atendo, certa vez, e fiquei prestando atenção no que um dos alunos fazia. Resumidamente: estavam pai e dois filhos parados na porta da escola. O pai e o menino adolescente com os celulares em uma das mãos. O pai com o outro menino menor na outra mão. Este garoto olhava uma coisa e chamava o pai para olhar... Olhava outra, e chamava o pai para olhar. Pelo menos umas dez coisas diferentes foi mostrada ao pai, em não mais que cinco minutos. O pai dizia “Um minuto”... “Espera aí”... “Já, já, olho, filho”... “Eu vi, ontem. Legal, né, filhão”... “Um instante”... “Papai já olha...” E, assim foi o tempo, marcado por advérbios de tempo, por longos e exaustivos minutos. Por fim, o garoto chutou uma pedra em direção ao meio fio da calçada e acertou o pneu do carro estacionado. O pai, muito chateado, falou “Garoto, olha o que você fez!” “Eu já te falei pra não ficar chutando coisas!” “Cara, imagina se acerta o vidro do carro!?”. Atendo pais que se, e me, que