"Criamos nossos filhos para o mundo" Será?
Outra historinha pronta e dita à nossa audição apurada?
Ao passo da liberdade, que todos temos como objeto de conquista, levamos nossas crianças a acreditarem no desligamento, na fragmentação e na individualização exacerbados. Ao contrário de fundamentarmos a liberdade à existência com real participação de sermos todo e uno.
Criamos egoístas soltos...hipócritas, no sentido real da palavra(atores mascarados que simulam ações em cada teatro da vida)...
Criamos sementes que germinam neste mundo que delimitamos ser a "casa" delas.
O medo latente de perdermos nossas "crias", feito fogo em brasa o tempo todo, faz-nos dependentes de criar uma máscara de "o mundo cuida".
Nesse contexto, alinham-se os ponteiros com a facilidade e com a consciência "limpa", e a corresponsabilidade vai-se como um foguete.
Delega-se pronto-atendimento às instituições escolares e, afinal, a criança "não é para nós e para o mundo."
Mas, qual mundo desenhamos como ninho?
Nossa responsabilidade entregarmos um mundo que propicie abrigo e não um túmulo precoce... Nossa responsabilidade entregarmos um caminho de corresponsabilidade social, respeito mútuo e empatia.
Senão, continuaremos amamentando seres humanos que acreditam com fervor que o mundo é só deles. Adultos infantilizados que criam e emulam com muita eficácia comportamentos socialmente aceitos.
A reflexão é um dual embate, pleonástico e gigantesco "ora o ovo, ora a galinha". E, nessa corda-bamba, os meninos morrem e crescem homens que se reproduzem em ações para o social aplaudir...
E, quando me perguntam, como esse humano aguenta fingir tanto, como sanar essa dor?...Respondo: ainda não aprendi, ainda bem.
E, nesse despertar de uma crônica, acreditar que criamos nossos rebentos para o mundo parece-me um argumento frágil demais diante de centenas de contra-argumentos... Borá, pegar uma balança e colocar pesos e medidas certas?... Não. Não estamos prontos para isso também...
#cronicadodia
#nadiarockenback
15/02/2018
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